quarta-feira, 14 de setembro de 2011

HÁ LENDAS & LUZES NA PRAÇA DO MOUVA+NOITE 2011

No próximo sábado, entre as 14h00 e as 24h00, a Praça de S. Pedro acolhe a última edição, numa versão ainda mais especial, do Mercado de Objectos Usados, Víveres e Artesanato (MOUVA). Esta segunda edição do MOUVA+Noite tem como pano de fundo algumas lendas da região e explora as potencialidades de uma tarde de sábado que se prolonga noite fora com uma série de propostas culturais e recreativas para toda a família.

PROGRAMA MOUVA+NOITE

O cardápio do MOUVA+Noite 2011 propõe uma viagem pelas quatro “estações –instalações”com a apresentação das lendas de Nª Sr.ª de Vagos, Lenda de São Lourenço de Bustos, Lenda da Sta Joana e a Lenda local da “Fonte do Bebe-e-Vai-te”. O programa entra coreto adentro com a exposição “Stalker - O Passado alcança o Futuro”, mais uma mostra fotográfica de Luis Ventura;  durante a tarde ainda espaço para o workshop "Alfineteiro - dá vida nova à tampinha" pelas mãos da Trapos e Trapalhadas; na relva uma sessão de ginástica promete por todos a mexer e as habituais actividades para a miudagem à hora do lanche (16h00). Pela Praça não faltarão jogos como matraquilhos, cartas e palavras cruzadas.

Ao longo de toda a tarde, e até bem perto do final do dia, como vem sendo hábito, poderá comprar nesta feira amiga dos bolsos e da reutilização: legumes e frutos da horta, ervas aromáticas, bijutaria artesanal, material decorativo, malas e chinelos em trapilho, livros, filmes e álbuns de música usados, roupa em segunda mão, bugigangas, jogos infantis, entre outros artigos.
A lista de produtos é garantida pelos vendedores – não profissionais, como dita o regulamento - inscritos nesta iniciativa gratuitamente. No bar, os visitantes poderão pedir um café, um bolo de chocolate ou sumo fresco para «deleite veraneante e troca de palavras, sorrisos e ideias.

MOUVA-SE PELA PRAÇA CONNOSCO. ELA É NOSSA E FICA CHEIA DE GRAÇA COM GENTE LÁ DENTRO. CABEMOS MUITOS & CONTAMOS COM TODOS.

Ainda se aceitam inscrições para VENDEDORES, por email ou no próprio dia.
+ INFORMAÇÕES | 918153609 palhacacivica@gmail.com

terça-feira, 28 de junho de 2011

Domingo há MOUVA



E ainda está no sofá?


É a última edição diurna do MOUVA – Mercado de Objectos Usados, Víveres e Artesanato deste ano. Este domingo, dia 3, na Praça de São Pedro, na Palhaça, uma das alternativas à praia passa por um mercado de materiais diversos, lazer e música a condizer, ginástica e alusões ao Dia Nacional do Vinho. Um evento para todas as gerações.


A organização do MOUVA, «uma trupe de jovens que tem como mote dinamizar culturalmente um espaço público central da Palhaça, contribuindo com soluções criativas para tempos de crise, como o comércio sustentável» adianta o que se pode comprar nesta feira amiga dos bolsos e da reutilização: Legumes e frutos da horta, ervas aromáticas, bijutaria artesanal, material decorativo, malas e chinelos em trapilho, livros, filmes e álbuns de música usados, roupa em segunda mão, bugigangas, jogos infantis, entre outros artigos.

A lista de produtos é garantida pelos vendedores – não profissionais, como dita o regulamento – inscritos nesta iniciativa gratuitamente. No bar, os visitantes poderão pedir um café, um bolo de chocolate ou sumo fresco para «deleite veraneante e troca de palavras, sorrisos e ideias».

O cardápio do MOUVA, «mais-que-um-mercado» na boca da organização, contempla ainda actividades culturais e desportivas: uma sessão de ginástica e uma arruada do Grupo de Bombos da ADREP a meio da manhã, actividades para a miudagem perto do meio-dia (A Hora do Conto e Canções que Movem e Comovem à guitarra) e jogos como matraquilhos, cartas e palavras cruzadas durante todo o dia.

Para o início da tarde está agendado o programa Ensaio Geral, com a presença de alunos de Academia de Vagos, sob a direcção artística do professor António Fardilha, que interpretarão peças de estilo clássico e ligeiro, um espectáculo antecedido por um mini-concerto de música pop, a piano e voz, pelas irmãs Gisela e Mariana Fardilha.

No Dia Nacional do Vinho, a organização do evento promete ainda aludir à efeméride «sem elegias nem diabolizações do suco do Deus Baco, com alguns projectos didácticos e divertidos em torno do tema, colocados à mesa, mas também em sítios insuspeitos». Nas colunas da praça, tanto se poderá ouvir «Vinho do Porto», de Carlos Paião, e «Lilac Wine», de Nina Simone, como alguma música pop/rock, soul/funk e músicas do mundo.

E que tal, em vez de uma pintura a óleo ou a tinta-da-china, experimentar uma pintura a vinho? Por que não descobrir quais e quantas regiões vitivinícolas existem em Portugal? «Troque estas perguntas por experiências no MOUVA, este domingo», apela a organização aos visitantes.

Uma edição especial deste certame está a ser preparada para dia 17 de Setembro. Será a segunda edição do MOUVA+Noite, uma versão mais alargada do evento, que explorará as potencialidades da noite e investirá mais na animação de rua e no audiovisual do que nas edições anteriores

sábado, 21 de maio de 2011

OLHARES SOBRE A MINHA TERRA VI

Fim de dia. Recolher a prole e tentar alongar os braços ao resto do dia no abraço. Vaguear com eles pelo final de dia na vila. Primeiro a visita aos avós, depois a guarnição do quintal vem connosco. O passeio continua por ruas, avenidas e vielas. Detemo-nos na rega das batatas, brincamos à adivinha das cores que o arco-íris dos chuveiros vai fazendo. Paramos na fonte, "aquela onde podemos subir ao telhado", a preferida do aventureiro, e fugimos das sombras no meio da erva crescida. Seguimos rotunda fora e apontamos as datas dos pelourinhos. Se há hora que me agrade nesta vila é esta, quando o campo recolhe e a cidade regressa. Neste instantes cruzam-se familiaridades.
Um poema para este Maio, antecipando o verão.


"O meu país sabe a amoras bravas no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce de quem acorda cedo,
para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez nem goste dele
Mas quando um amigo me traz amoras bravas
os seus mros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul."
Eugénio de Andrade, O outro nome da terra





Fotos@Palhaça Maio 2011 Catarina Pereira

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Fragmentos de Abril



Deixo que a palavra

tão incerta

teça


a liberdade a meio

deste Abril

para que a memória em Portugal não esqueça


tomando da flor

o cravo na matriz


teimando que a paixão

a tudo vença


dizendo não àquilo

que não quis


(Maria Teresa Horta)






"A tristeza da normalização democrática não são as eleições e os partidos, essa foi uma das razões dos cravos. A tristeza é que a sua imposição se fez expropriando a festa, a democracia que nascia nas ruas, nos empregos e dentro de cada família, dos seus direitos.

A tristeza da normalização não é a da vida ter mudado e termos chegado à sociedade de consumo. A tristeza é que a sua imposição se fez acentuando as raízes da desigualdade, coisificando as relações humanas, quebrando generosidade. A tristeza da nossa democracia é a dos seus limites e vulgaridades. Dito isto, não há razões para tristezas. O que se viveu valeu a pena. E o que vivemos é todo um programa de exigência. Democracia sem fim é o que aprendemos com Abril. Lá chegaremos, mesmo que hoje não saibamos como".


(Miguel Portas)



Falo-te de Abril

companheiro

deste mês em que as palavras

se enlaçaram de gestos

e transformaram a vida

em mais que esperança


falo-te da luta

companheiro

desta luta agora

dia a dia

e do trabalho e do suor

e dos campos que de ti floriram


falo-te companheiro

deste mês Abril

e da tua força

em que não há enganos


(leonor santa-rita)



terça-feira, 5 de abril de 2011

OLHARES SOBRE A MINHA TERRA V

Não me recordo ao certo da data, mas deverá ter sido entre 2005 e 2006...um passeio pela feira dos 29 onde registei em sépia e com máquina reflex. Gosto do tom, do grão, da manualidade por detrás de cada registo e lembro-me de me deter com calma, com precisão em cada click. Hoje tiramos centenas de fotos e escolhemos uma. Estas foram milimetricamente pensadas...e ainda guardam o sabor a regueifa, o cheiro enjoativo do peixe e a melodia do amolador de tesouras.  Lembro-me que a seguir choveu.

Fotos@Palhaça  Catarina Pereira

sábado, 19 de março de 2011

OLHARES SOBRE A MINHA TERRA IV

Sob a indiferença de S. Pedro no topo do coreto, permanecem estação após estação, o banco e a  magnólia, agora florida. Aos poucos a vila vai vestindo a Primavera que se inaugura por estes dias.
  


Fotos@Palhaça 2010/2011 Catarina Pereira

domingo, 13 de março de 2011

OLHARES SOBRE A MINHA TERRA III

Um olhar sobre a cor ou como gastar palavras passeando pelos tons dos olhares desta semana.
Como o VERDE musgo que a velhice pinta nas paredes de casa da avó ou a ciclovia TERRA novinha, acabadinha de pintar e inaugurar, que fica por (ab)usar.
A parede LILÁS, da esquina, da casa onde um cão vive e ladra sempre que passamos e a fonte onde tanques de água limpida aguardam bacias carregadas de roupa, que podem demorar, entretendo-se com os barcos ARCO-IRIS dos meninos que gostam de água fresca.



Fotos@Palhaça 2010/2011 Catarina Pereira

quinta-feira, 10 de março de 2011

UM PALHACENSE EM ISRAEL, UM PORTUGUÊS NO MUNDO

No próximo sábado, 12 de Março, no programa da RTP1, PORTUGUESES PELO MUNDO, às 21.15, um rosto que nos é familiar, Johnny Freire. Um jovem Sacerdote Católico Palhacense em Israel.

"Mês de Janeiro do ano de 2011, recebo um email um pouco estranho. Alguém da produção do programa “Portugueses pelo Mundo” pergunta-me se estou disponível para mostrar a cidade de Jerusalém para um dos programas da série. Não sendo um tipo dos media com alguma dificuldade disse que sim, também com o desejo de poder mostrar uma das cidades mais emblemáticas do mundo e na qual vivo desde 2008.  No dia marcado apareceu uma equipa formada por três pessoas: o Miguel que entrevistava, o Ricardo que filmava e a Cátia. O objectivo: mostrar a cidade de Jerusalém um pouco a partir das três grandes religiões monoteístas e de como expressavam a fé em Deus. Tudo filmado durante uma Sexta-Feira, dia sagrado para muçulmanos, na qual os Franciscanos lembram a Via Sacra e ao pôr-do-sol os judeus celebram o início do Shabat. Na prática foi uma coisa para três dias que aparecerá na televisão como se fosse um dia. Espero que sirva para aguçar o apetite a quem quiser fazer uma experiência Nesta cidade única no mundo."
Johnny Freire

Com ele vamos seguir pelo Monte das Oliveiras, pela Universidade, onde Jesus foi flagelado, e no terraço vai mostrar-nos a esplanada das mesquitas. Com este amigo, e em início de quaresma, fazemos a Via Sacra, que passa pelo mercado árabe. A viagem com este Palhacense em Israel termina no Muro das Lamentações à conversa com ortodoxos, onde se reza e dança.




OBRIGADA Johnny. SÁBADO TEREMOS UMA PALHAÇA ATENTA AO SEU PORTUGÊS.

quarta-feira, 9 de março de 2011

LIMPAR A NOSSA TERRA É LIMPAR PORTUGAL

Limpar Portugal acontece também na Palhaça com todos os voluntários que se inscrevam, online ou directamente na Junta de Freguesia, até ao próximo dia 19 de Março. Já no ano passado esta iniciativa nacional teve repercurssões na freguesia através do grupo local de voluntários que durante este sábado andou pela vila em limpeza de florestas, campos e locais identificados como lixeiras ou zonas onde indevidamente alguns continuam a depositar lixo e/ou resíduos. Este ano o LIMPAR PORTUGAL concentra-se, não nas lixeiras, mas sobretudo na limpeza de plásticos, vidros, cartão e metais, que continuam a ser deixados um pouco por todo o lado de forma indevida, facilmente separáveis e passíveis de serem reciclados.
JUNTE-SE AO GRUPO DA PALHAÇA. APROVEITE PARA CONHECER MELHOR A SUA TERRA. VAMOS AGIR, SENSIBILIZAR E EDUCAR OS NOSSOS FILHOS PARA VALORES COMO O CIVISMO E O RESPEITO PELO AMBIENTE .

sexta-feira, 4 de março de 2011

OLHARES SOBRE A MINHA TERRA II

Há uma Palhaça que nos interpela,
do portão às capelas,
onde crenças e promessas fazem senhoras acenderem velas.
Onde ao portão os homens penduram o que vão tirando das terras.
Aqui aprendi a sachar e a fugir de colmeias de abelhas,
cresci a ouvir homilias e a semear com elas ideias.

Fotos@Palhaça 2010/2011 Catarina Pereira

quarta-feira, 2 de março de 2011

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és

Hugo Chávez aceita convite de José Sócrates e prepara visita a Portugal Aqui

Chavez apoia Kadhafi Aqui


Sócrates hoje na Líbia num encontro de alto nível de líderes de países do mediterrâneo Aqui

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Protesto Construtivo





















PROTESTO APARTIDÁRIO, LAICO E PACÍFICO.

Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal. Protestamos:
- Pelo direito ao emprego! Pelo direito à educação!
- Pela... melhoria das condições de trabalho e o fim da precariedade!
- Pelo reconhecimento das qualificações, competência e experiência, espelhado em salários e contratos dignos!

Porque não queremos ser todos obrigados a emigrar, arrastando o país para uma maior crise económica e social!



Manifesto

Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.

Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país. Estamos aqui, hoje, porque não podemos continuar a aceitar a situação precária para a qual fomos arrastados. Estamos aqui, hoje, porque nos esforçamos diariamente para merecer um futuro digno, com estabilidade e segurança em todas as áreas da nossa vida.

Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza - políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável.

Caso contrário:

a) Defrauda-se o presente, por não termos a oportunidade de concretizar o nosso potencial, bloqueando a melhoria das condições económicas e sociais do país. Desperdiçam-se as aspirações de toda uma geração, que não pode prosperar.

b) Insulta-se o passado, porque as gerações anteriores trabalharam pelo nosso acesso à educação, pela nossa segurança, pelos nossos direitos laborais e pela nossa liberdade. Desperdiçam-se décadas de esforço, investimento e dedicação.

c) Hipoteca-se o futuro, que se vislumbra sem educação de qualidade para todos e sem reformas justas para aqueles que trabalham toda a vida. Desperdiçam-se os recursos e competências que poderiam levar o país ao sucesso económico.

Somos a geração com o maior nível de formação na história do país. Por isso, não nos deixamos abater pelo cansaço, nem pela frustração, nem pela falta de perspectivas. Acreditamos que temos os recursos e as ferramentas para dar um futuro melhor a nós mesmos e a Portugal.

Não protestamos contra as outras gerações. Apenas não estamos, nem queremos estar à espera que os problemas se resolvam. Protestamos por uma solução e queremos ser parte dela.



PEDIMOS QUE TRAGAM UMA FOLHA A4 COM O VOSSO MOTIVO PARA ESTAREM PRESENTES E UMA PROPOSTA DE SOLUÇÃO.
AS FOLHAS SERÃO RECOLHIDAS E ENTREGUES NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA.


Este protesto pretende ser uma plataforma aberta para promover o debate cívico sobre o problema da precariedade em Portugal. Para sermos abertos a todos, independentemente das convicções pessoais de cada um, o movimento dissocia-se de quaisquer reivindicações que não as presentes no Manifesto, o único documento associado ao nosso Protesto. Apelamos a todos os cidadãos que se revejam no espírito do manifesto a juntarem-se a nós.

Solicita-se a quem esteja a planear ou a organizar um protesto similar que nos contacte. Estamos a centrar algumas informações, de maneira a simplificar os processos e para evitar confusões.

Fonte:
http://geracaoenrascada.wordpress.com/


Contactos:

geracaoarasca@gmail.com
geracaoarasca.porto@gmail.com

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

OLHARES SOBRE A MINHA TERRA

Há uma Palhaça que me entra pelos olhos.
É uma terra que insisto aldeia, porque a prefiro assim,
pequena e rústica como nos vejo.
Um lar a céu aberto, com sala acolhedora,
onde vou redescobrindo detalhes e familiaridade.
Tantas vezes a percorro com alguma nostalgia.







Fotos@Palhaça 2010/2011 Catarina Pereira

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

sábado, 12 de fevereiro de 2011

domingo, 2 de janeiro de 2011

Entrevista a Boaventura Sousa Santos ao «i»

«Mas Portugal não deixa de estar mais debilitado que outros países...

Portugal está em crise financeira por contágio. Porque é um elo fraco, porque é uma economia fraca, com problemas estruturais, mas não é a Portugal que os capitais financeiros querem atingir. Querem atingir Espanha e Itália. Só que não podem lá chegar sem ir por Portugal, pela Grécia e pela Irlanda. Os nossos comentadores dizem mal do Estado, das políticas sociais, mas depois dizem umas frases suaves sobre os mercados financeiros. Dizem que deviam ser mais regulados e que não deviam ganhar dinheiro com as apostas na bancarrota dos estados e que isso não é uma coisa muito ética. E ficam-se por aí. O que se passa é um crime contra a humanidade: apostar em títulos de dívida e fazer tudo para que esses títulos não sejam pagos, porque quanto mais bancarrota tiverem mais juros vão cobrar a curto prazo. Eles ganham com a falência dos estados. Jogam com elas porque são mundiais e não há nenhum governo mundial para os regular». (in i)

Vale a pena ler a entrevista na íntegra aqui.

domingo, 26 de dezembro de 2010

PRENDAS DE NATAL PARA PALHAÇA CÍVICA (II)



DIA DE NATAL


Hoje é dia de ser bom.

É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,

de falar e de ouvir com mavioso tom,

de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.


É dia de pensar nos outros - coitadinhos - nos que padecem,

de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,

de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,

de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.


Comove tanta fraternidade universal.

É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,

como se de anjos fosse,

numa toada doce,

de violas e banjos,

entoa gravemente um hino ao Criador.

E mal se extinguem os clamores plangentes,

a voz do locutor

anuncia o melhor dos detergentes.


De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu

e as vozes crescem num fervor patético.

(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?

Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)


Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.

Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziantes.

Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas

e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distantes.


Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,

com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,

cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,

as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.


Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,

ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.

É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,

Como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.


A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.

Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.

E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento

e compra - louvado seja o Senhor! - o que nunca tinha pensado comprar.


Mas a maior felicidade é a da gente pequena.

Naquela véspera santa

a sua comoção é tanta, tanta, tanta,

que nem dorme serena.


Cada menino

abre um olhinho

na noite incerta

para ver se a aurora

já está desperta.

De manhãzinha

salta da cama,

corre à cozinha

mesmo em pijama.


Ah!!!!!!!!!!


Na branda macieza

da matutina luz

aguarda-o a surpresa

do Menino Jesus.


Jesus,

o doce Jesus,

o mesmo que nasceu na manjedoura,

veio pôr no sapinho

do Pedrinho

uma metralhadora.


Que alegria

reinou naquela casa em todo o santo dia!

O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,

fuzilava tudo com devastadoras rajadas

e obrigava as criada

a caírem no chão como se fossem mortas:

Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.

Já está!

E fazia-as erguer para de novo matá-las.

E até mesmo a mamã e o sisudo papá

fingiam

que caíam

crivados de balas.


Dia de Confraternização Universal,

dia de Amor, de Paz, de Felicidade,

de Sonhos e Venturas.

É dia de Natal.

Paz na terra aos Homens de Boa Vontade.

Glória a Deus nas Alturas.



ANTÓNIO GEDEÃO


(Poesias Completas)



PRENDAS DE NATAL PARA PALHAÇA CÍVICA (I)

Apesar de moribundo, merece que nos lembremos dele uma vez por outra. No Natal ficamos menos empedernidos. Menos tresmalhados e mais disponíveis para voltar ao calor do redil. Mais comovidos com tudo o que nos rodeia. Mais humanos, portanto. Pena que seja apenas a horas certas, em dias assinalados no calendário. Apesar dos apelos, não somos capazes de viver o espírito de Natal todos os dias, tornar o amor mais íntimo e duradouro.


É assim que, animado por infâncias que se bifurcam na imaginação, resolvo deixar no sapatinho de Palhaça Cívica um conto de Natal publicado no já longínquo ano de 1986 no jornal Litoral, de Aveiro.


É a minha memória difusa da véspera de Natal no final dos anos 50, na Palhaça do século passado.



Era o lugar ameno, a fonte clara. O coradouro, ladeado de vergueiros e os tanques de água fresca. Eram os cômoros altos. Era o regato manso. E o pinhal mais acima, bordando o horizonte. O pinhal onde Tiago apanhava tufos de musgo, verde-claros, para o presépio.


Era isso que fazia todos os anos. Sempre no dia vinte e quatro. E logo pela manhã, indiferente aos rigores certos de Dezembro. A tarde era o tempo de que dispunha para fazer o presépio. Uma tarde especial que o fazia arder de impaciência, à espera da noite que a sua imaginação fértil povoava de segredos e mistérios.


Para merecer os favores do Pai Natal, Tiago recriava o presépio com todos os elementos, manjedoura e tudo, tal como aprendera na catequese. Às vezes faltava um rei mago, um pastor ou uma ovelha, partidos em traquinices cúmplices com outros meninos de riso largo. Devolvia-lhos a mãe, na feira que antecedia o Natal, para que na altura própria nada faltasse. Figuras toscas e ingénuas, um tanto garridas, a exalar aquele cheiro forte, característico, que se desprende das argilas bafejadas.


A noite, fria e espessa, reunia a família no ritual da ceia farta. Era o bacalhau tradicional, com couves e batatas. Era a broa quente, o vinho novo. Eram os figos, as nozes, rabanadas e castanhas no borralho. E a fogueira de labaredas altas, amornando os corpos, inundando tudo de luz e aconchego.


As conversas à mesa, arrastadas e suaves, não as entendia o Tiago. Mas nem por isso deixava de estar feliz. O presépio, obra inteiramente sua, lá estava, acabado a tempo e lindo de se ver. O que era preciso era manter-se acordado. Largando a mesa, irrequieto e agitado, apartou-se dos demais indo sentar-se ao canto da lareira. Para se distrair brincava com as agulhas dos pinheiros, construindo arcos e flechas a que logo chegava o lume. Ou então separava, com a tenaz, as castanhas da fogueira.


Lá fora um vento gélido e agreste soprava forte, acentuando a sonolência que se desprendia da lareira. Com o avançar das horas as vozes pareciam chegar até Tiago vindas de longe, distantes, sumidas e imperceptíveis. A dada altura deixou de as ouvir e adormeceu, adiando por mais um ano a conversa aprazada com o Pai Natal. Ainda não era meia-noite, hora a que começava a missa do galo.


Sem o saber, iria falar com ele a noite toda. Em sonhos e fantasias se realizou o desejo de Tiago, adiado com a experiência falhada da noite anterior. Bem pela manhã, ainda o relógio da torre não havia badalado as sete e já ele se levantava de um pulo, descendo dois a dois os degraus da escada de madeira que terminava junto à cozinha.



Ao entrar, puxaram-se-lhe os olhos para a lareira. Qualquer coisa cintilou dentro dele! Lá estavam, a transbordar dos sapatos pequenos, os brinquedos que em sonhos pedira ao Pai Natal. Esses e outros. Embrulhados no celofane garrido do contentamento. Atados com o laçarote seguro do amor verdadeiro, que Tiago julgava distribuído em iguais rações de afecto por todos os meninos do mundo.


Julgava. Hoje vai na casa dos trinta e sabe que não é assim. Já não vê as coisas com as lentes finas da fantasia. Usa as lentes mais grossas e mais inestéticas da maioridade. Com elas vê crianças de existência curta mas já viúva de alegrias. Meninos sem riso largo, que o não são na altura certa, colando o narizito às montras e os olhos magoados a ilusórias abundâncias. E sabe de homens sem ceia farta e sem ceia escassa, comendo em pratos de nada e de coisa nenhuma. Conhece outros que arrotam em hossanas de gozo caridade por todos os poros. Sempre a horas certas no ritual da hipocrisia anualmente renovada.


Sabe disso tudo. E às vezes apetece-lhe, numa raiva surda, dizer a todos os meninos que o Pai Natal não existe. Ou que existe só para alguns, fingindo os que sabem disso que ele existe para todos.


Apetece-lhe dizer mas não diz. Aprendeu até que talvez não exista nisso a mais leve ponta de hipocrisia. Gente que escreve para crianças afirma a pés juntos que fazer tal coisa seria brutalizá-las. Não se pode cortar o fio do sonho…


Talvez Miguel de Unamuno tenha mesmo razão quando diz que mentir por amor é que é falar verdade.


Era o lugar ameno, a fonte clara. Era o regato manso. Era.


Era o Pai Natal.


É!


terça-feira, 14 de setembro de 2010

MOUVA+NOITE | Este sábado, 14-24h

DJ JonnySix (Rock/ Electro) |Piif Paff (Animação Clownesca)
Grupo de Bombos ADREP | Revolution (Dança Hip Hop)
Astro-Fotografia | Dança do Ventre | Yoga | Risoterapia | Ginástica |
Eco-Ponto | Poesia Visual | Multimedia| Café & Co | Jogos | etc



MOUVA+NOITE | MERCADO ENTRA NA NOITE PARA CONQUISTAR A PRAÇA


O Mouva regressa, em Setembro, para uma edição especial onde cultura e mercado vão conviver durante dez horas. Sábado, 18 de Setembro, entre as 14h00 e as 24h00, a Praça de S. Pedro, na Palhaça, abre espaço à imaginação e ao mercado dos objectos usados, víveres e artesanato a que já habituou tantos que por ali têm passado.

O Mouva +Noite reúne um improviso de talentos e amigos numa iniciativa que vai no seu segundo ano: em 2009 contou com 5 edições, de Abril a Agosto; este ano somam-se mais 4 edições, nos primeiros domingos, de Março a Julho.

Nesta edição especial, o mercado procura as estrelas e prolonga-se para a noite, a Praça transforma-se para receber o brilho, a música e os astros do céu com Astro Fotografia, animação de rua e as misturas do DJ Set que vai acordar S.Pedro com sons do espaço e vídeo Mix Night.

A participação é totalmente gratuita, quer para vendedores quer para o público.