domingo, 25 de abril de 2010

São cravos, são cravos...


























ABRIL, 25 [é só uma data redonda, mas não é só]:


ele há os festivaleiros do 25 de Abril,
ele há os que vivem a coisa muito calorosamente, como compreensível, porque foram perseguidos, controlados e emudecidos pelo antigo podre regime,
ele há os que ainda acreditam nos «amanhãs que cantam» e fecham os olhos aos regimes de Cuba e a Coreia do Norte,
ele há quem pense que o 25 de Abril é só uma festarola da esquerda,
ele há quem ache que podia haver muito mais democracia e não me atrevo a refutar,
ele há aqueles que foram maoistas, à data, e agora são da direita mais neoliberal e/ou conservadora possível (venha o diabo e escolha!) e têm «mixed-feelings» sobre esta data,
ele há quem só celebre o 25 de Novembro,
ele há quem não celebre mas respeite o simbolismo da data,
quem nem saiba o que foi ou passe indiferente à coisa,
e quem odeie de morte a democracia e que diga «naquele tempo é que era, precisamos é de um Salazar de novo».

para muitos jovens, o 25 de Abril é «old fashion», uma memória dos outros.

ele há quem diga que estamos mal, e estamos,
mas... esta gente toda desejaria, mesmo, mesmo, viver hoje, no 24 de Abril?
façamos o exercício de pensar nessa eventualidade...
poderíamos, mesmo mesmo mesmo, expressar abertamente tal pluralidade de gostos, indiferença, paixões e ódios sobre uma questão como estas?
não me parece. sem romantismos, euforias ou quimeras, sem vivência directa, mas herança...

Eles e elas há que... no plural... pluralizam as opiniões e as cores.

eu continuo a achar: OS CRAVOS, mesmo que os queiram murchar, SÃO SEMPRE MAIS BONITOS DO QUE AS FERRADURAS.


Joan Baez canta "Grândola, Vila Morena" (José Afonso)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O apoio social - de direito a privilégio?

Numa linha próxima do CDS, Pedro Passos Coelho, o futuro candidato a primeiro-ministro pelo PSD - que de social-democrata parece ter pouco mais do que uma abordagem desempoeirada em matéria de costumes - sugere uma coisa fantástica: aquilo a que chamou de «tributo solidário». No fundo, este dito «social-democrata» e «liberal» ao mesmo tempo, sugere pôr a fazer trabalho comunitário - gratuito! - quem recebe prestações sociais do Estado, isto é, quem estiver a receber subsídio de desemprego - depois de ter pago as prestações à Segurança Social para merecer tal - e o RSI, essa grande fortuna que enriquece os preguiçosos dos pobres dos pobres e indigentes, como adoram alguns generalizar.

Ora, o que está em causa: queremos ou não um Estado-Providência, sólido, como nos países escandinavos, ou um Estado que retira direitos aos mais destrotegidos socialmente, que põe as suas bases umas contra as outras? Como diz Daniel Oliveira na sua crónica no Expresso, queremos «os cidadãos convencidos que a culpa da sua miséria é do miserável que mora ao lado (...) e um dia destes, convencidos que culpa da sua miséria é deles próprios»?

Quantos desempregados não quererão trabalhar e receber um salário digno? Porque não sugere Passos Coelho uma fiscalização firme dos estágios ditos curriculares, não remunerados, ou do trabalho precário abusivo praticado em múltiplas empresas ou não critica o salário astronómico imoral de António Mexia, na EDP, extraído do Estado? Haverá de tudo, mas é leviano generalizar, dizer que o desempregado é um parasita que quer viver às custas do Estado. Dêem-lhes oportunidades de emprego, não trabalho comunitário à borla. Chamar preguiçoso é o caminho mais... preguiçoso ou cínico de encarar o problema?


Abaixo, segue um texto interessante sobre o assunto, assinado pelo jugular João Pinto e Castro.


VAMOS LÁ METER OS POBRES NA ORDEM

Após as guerras napoleónicas, o número de desempregados cresceu tanto em Inglaterra que, para diminuir as despesas suportadas pelas paróquias com o sustento dos pobres, estes passaram a ser obrigados a prestar serviço em casas de trabalho (workhouses).

Como, mesmo assim, um número crescente de indigentes recorresse às poor houses para obter meios de subsistência, as condições de vida e de trabalho foram deliberadamente tornadas tão cruéis e humilhantes quanto possível. O sistema só foi definitivamente abolido em 1948 pelo Governo Trabalhista, ao criar um sistema de Segurança Social.

O Dr. Passos Coelho parece ter em mente algo semelhante e igualmente motivado pela preocupação de obrigar os desempregados a assumirem uma atitude de maior responsabilidade quando vem propor que quem recebe prestações sociais seja obrigado a prestar trabalho gratuito ao serviço da comunidade.

Felizmente para ele, Passos Coelho nunca terá estado desempregado. Mas, se conhecer alguém que já se tenha encontrado nessas circunstâncias, poderá conhecer de viva voz as humilhações a que as pessoas presentemente são submetidas para conseguirem receber o competente subsídio.

A fraude combate-se com fiscalização, não com humilhação e trabalho escravo.

Se os sociais-democratas que acompanham o Dr. Passos Coelho apreciam as instituições britânicas, eu pedir-lhes-ia que procurem imitar as de hoje, não as do início do século XIX.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

MOUVA – Mercado, Ginástica e Poesia na Palhaça este domingo






















Este domingo, dia 11, marca o regresso oficial do MOUVA – Mercado de Objectos Usados, Víveres e Artesanato, após a primeira edição de 2010 ter sido, no essencial, cancelada por motivos climatéricos. Anote na agenda: é na Praça de São Pedro, na Palhaça, e apresenta no cardápio comércio sustentável, hora do conto infantil, ginástica, uma oficina de ciência, risoterapia, músicas do mundo e lugar de destaque à Palavra.


Para participar no MOUVA, como vendedor, é muito simples e gratuito. Tem, por casa, livros, malas, peças de colecção, velharias, quinquilharia, roupa, música e filmes que julgue melhor empregues noutras mãos? É malabarista, faz ilusionismo, declama poesia, canta à desgarrada? Tem produtos agrícolas frescos, pão caseiro, hortaliça, sumos naturais e fruta para vender? É artesão ou artista visual e quer expor o seu trabalho e escoar as suas peças? Ou gosta simplesmente de conversar, passear ou de ler o jornal ao ar livre? Então, este evento diz-lhe respeito. No caso de querer vender, inscreva-se, na Junta de Freguesia da Palhaça ou via e-mail (palhacacivica@gmail.com).

Este ano há várias novidades a registar: o evento passa a realizar-se no primeiro domingo de cada mês, de Março a Julho (à excepção de Abril, devido à Páscoa), entre as 10h e as 17h. Há actividades fixas, garantidas para todas as edições: um momento de ginástica matinal, a hora do conto infantil antes do almoço, e uma oficina de formação informal sobre diferentes temáticas, da ecologia às artes, passando pela ciência e pela saúde.

Além dos expositores de venda, o MOUVA oferece uma sessão de ginástica aeróbica, exposição de barcos em miniatura, oficinas do riso ( «Deixa-Me Rir» ) e de ciência ( «ExperimentaCiência» ), bem como poesia, trava-línguas e frases emblemáticas libertadas dos livros para locais e meios insuspeitos da Praça («A Poesia Que Fugiu dos Livros» e «ProPalavra), espaços para se instalar a conviver, comer, jogar cartas ou ler o jornal do dia. E haverá sempre música no ar, do Ocidente ao Oriente, seleccionada criteriosamente.



Programação MOUVA 11 DE ABRIL [10h -17h]:

10h30 - 11h Deitar Cedo e Cedo Erguer, Vamos Todos A «MOUVER» (20m de actividade física)
11h30 - 15h «Quem Tem Medo do Fernando Pessoa?» (Poesia/Performance) [act. cancelada]
12h12 «Toca O Sino às 12h12» (Hora do Conto Infantil)
15h30 «Deixa-Me Rir» (Risoterapia)

Animação permanente:
«A Poesia Que Fugiu dos Livros» / «ProPalavra» (Poesia e Trava-Línguas na Rua)
«ExperimentaCiência» (Oficina de Ciência)

Dúvidas, comentários, informação mais detalhada, ou inscrição no mercado (até dia 9 de Abril):

Telm. 918153609 ou através do email: palhacacivica@gmail.com ou, pessoalmente, na Junta de Freguesia da Palhaça

O Mercado na rede http://mouvapalhaca.blogspot.com http://www.facebook.com/palhaca.civica
http://palhacacivica.blogspot.com