quarta-feira, 26 de agosto de 2009

MOUVA #5 – Como fechar «Aquele Querido Mês de Agosto» na Palhaça

Este domingo, dia 30, a Praça de São Pedro, na Palhaça, vai ser palco da última edição de Verão do MOUVA (Mercado de Objectos Usados, Víveres e Artesanato). Agosto já inspirou filmes e músicas populares e o MOUVA também não lhe resiste. Quer fazer deste fim do mês, numa praça viva, uma futura viva e querida memória, mas, para isso, precisa da sua colaboração e dinamismo.

Comércio variado, palhaços-músicos, obras criativas em exposição ao ar livre, lazer à sombra, idiomas cruzados, música «com todos», uma contadora de histórias infantis e pintores faciais vão espalhar-se pelo recinto. O resto do programa do MOUVA depende de si, da sua espontaneidade, do seu contributo cívico e artístico. «Faça o seu prório MOUVA», eis o mote. O desafio-extra passa por «fazer o MOUVA dos outros diferente», com animação musical, truques de magia ou outros talentos.

A organização do certame diz estar «consciente de que Agosto convida naturalmente à praia, um concorrente quase desleal de um evento de pequena-média dimensão, longe dessa tentadora praia». Mesmo assim, garante não cruzar os braços e promete «insistir em solidificar, apesar dos limites, o projecto, que é um compromisso com a vila e com quem por lá já passou, que se pretende mais duradouro e firme do que um castelo de areia».

Entre as 10h da manhã e o meio da tarde, terá a oportunidade de se cruzar, várias vezes, com os Palhatrapos, uma dupla de sopros e percussão, que apostará num «repertório essencialmente medieval e tradicional». Poderá ainda deixar a sua marca criativa num poema colectivo a estender na corda ao final do dia. Pela manhã, uma actividade com crianças, mas para todas as idades centrar-se-á no que é «possível inventar/fazer/criar numa praça, com crianças e com a criança que ainda habita os adultos». Nas colunas, haverá música a percorrer os quatros cantos do mundo.

O MOUVA continuará atento e disponível para abraçar novas iniciativas ao longo do Outono, depois de deixar a praça temporariamente no último domingo de Setembro. Mantenha-se inteirado com o blog oficial (http://mouvapalhaca.blogspot.com/).

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Uma viagem com barba


Este vídeo relata a viagem de Christoph Rehage que percorreu 4,646 Km a pé na China durante um ano (9 Nov 2007 a 13 Nov 2008). Fica aqui a surpresa de um vídeo que ele produziu.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O Partido Nulo - A opção de dizer «Nós, eleitores, existimos»?




Há quem desvalorize a hipocondria, chamando-lhe «mania», mas é bem possível que seja um sinal de que algo vai mal com quem diz padecer das doenças x, y, b, c, d, k e z.

Há quem desvalorize - os partidos proeminentes, por exemplo - as abstenções gordas, os votos em branco ou nulos, mas o que é certo é que a democracia representativa e os partidos com assento na AR cada vez menos representam os cidadãos. Basta perguntar quantos novos militantes há nos partidos eleitos e ler as percentagens, comparando a abstenção com o somatório dos votos em partidos. Os ditos «grandes partidos» são minoritários, logo, a noção de representatividade é falaciosa, falsa.

Que este Partido Nulo sirva, pelo menos, para os cidadãos, e os partidos reflectirem sobre o que têm feito - não mais do que guerras interpartidárias e algumas leis, muitas vezes discutidas a correr - e o sobre o que querem fazer em comum pelo Bem Comum (se realmente ainda é esse o objectivo-mor dos partidos - duvido).

O próprio sistema - criado pelos media e pelos partidos mais sonantes - abafa a existência de partidos não representados na AR, ignorando-os, não lhes dando voz. O que ouvimos/conhecemos sobre os movimentos cívicos ou mesmo sobre o MEP e o MMS, supostamente novos partidos?

Se o Partido Nulo existe e tem aderentes é porque não é uma mera brincadeira do Rui Zink ou uma rábula dos Gato Fedorento. É porque existe uma história, uma tendência eleitoral (que nos leva a questionar a falência ou fragilidade de algumas instituições democráticas e o próprio curso do Sufrágio Universal).


Segue, abaixo, um excerto do manifesto do Partido Nulo (clicando sobre este, poderão ter acesso ao texto na íntegra):

Há uma crise grave de representatividade dos orgãos de soberania portugueses.

O governo ainda em funções foi mandatado para governar com maioria absoluta durante quatro anos por 121 deputados da Assembleia da República que colheram 2 milhões e meio de votos, ou seja menos de 30% do total dos votantes inscritos.

Cada um dos 22 eurodeputados portugueses foi eleito por não mais de 140 mil votantes.

A maioria dos representantes autárquicos portugueses representa não mais de 30% do total de eleitores.

Caso extremo de falta de representatividade democrática, o presidente de Câmara Municipal de Lisboa foi eleito em 2007 por um em cada dez eleitores.

A abstenção tem-se tornado assim num conveniente pretexto para governações minoritárias tendencialmente alheadas dos interesses dos cidadãos.

Fotos da Festa

A pedido do Luís Cristóvão, seguem mais fotografias da tradicionalmente chamada «Festa da Palhaça» (cortesia e autoria: Andreia Tavares):

















sábado, 15 de agosto de 2009

71ª Volta A Portugal Em Bicicleta

Perto da meta final, o evento em duas rodas passa, hoje, aqui ao lado:





«Na manhã de sábado haverá muita festa e animação nos Paços do Concelho, com a partida marcada para as 13 horas.

Este é um fenómeno desportivo mediático que cativa o país de norte a sul, movimentando um público muito vasto que segue o pelotão em todas as etapas.

Para aproveitar o tempo passado em Oliveira do Bairro, os corredores, organizadores e público em geral, terão o prazer de provar as iguarias desta região, considerada muito rica a nível gastronómico»


(Nota à imprensa da CM de Oliveira do Bairro)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Foi há 25 anos ... Carlos Lopes


Foi há 25 anos. Foi a primeira directa que fiz na vida. Tinha então 7 anos e para mim ser noite em Portugal e dia em Los Angeles era esquisito. Passádos estes anos ficam dois episódios: o atropelamento do Carlos, dias antes da partida para EUA, e uma frase de Mário Soares.À pergunta do marotonista "Se eu ganhar uma medalha, não tenho direito a um churascozinho de cabrito, aqui no vosso quintal?", referindo-se aos jardins de S. Bento ao qual o primerio-ministro responde: "Você tem uma lata do caneco, mas olhe... traga lá a medalha que não é um cabrito, é um boi".
Ficou na memória o número 723 e a primeira medalha de ouro olímpica.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

domingo, 9 de agosto de 2009

Há festa na Aldeia

A festa em honra de S. Sebastião e Nª Sª da Memória está à porta.
Sexta-feira, dia 7
Tem início marcado já para o próximo dia 7 de Agosto, sexta-feira, com a celebração de uma Procissão de Velas, com início às 21h 30m, na Igreja de Vila Nova e termo na Igreja Matriz.
Sábado, dia 8
Arruada, durante o dia
À noite - Festa dos Anos 70/80. A comissão convida todos a caracterizarem-se à época.
Domingo, dia 9
10h 30m - Celebração de Missa Solene seguida de Procissão de Andores, da Igreja Matriz para a Igreja de Vila Nova, seguindo o percurso experimentado no ano transacto e com a presença da Banda Vaguense e da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Estarreja.
17h 00m - Há vacada na Palhaça
Noite de folclore, a partir das 22h, com o Grupo Folclórico S. Pedro da Palhaça e os Ranchos da Mamarrosa e de Verba (Nariz).
Segunda-feira, dia 10
Há variedades à tarde
Arraial nocturno com o grupo Mega.
Terça-feira, dia 11
Tarde desportiva, podendo sempre participar num dos jogos solteiros casados
Arraial nocturno com Quim Barreiros.
Quarta-feira, dia 12
Arraial nocturno com o grupo Tribo.
Quinta-feira, dia 13
Arraial nocturno com o grupo Fax.
Sexta-feira, dia 14
Arraial nocturno com o grupo TV5.

sábado, 8 de agosto de 2009

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Quando se «rasgam» os direitos humanos...

Só esta semana, lá fora:


Coreia do Norte: Após um pedido de desculpas de Bill Clinton, em visita diplomática a um país da obsessão nuclear, o «querido líder» ditador, Kim Jong Il, concedeu «especial perdão» a duas jornalistas norte-americanas, críticas do regime, coagidas a trabalhos forçados.

Israel: Israel expulsa famílias palestinianas de Jerusalém Oriental; Centro Juvenil de Apoio a Pessoas LGBT, em Telavive, é alvo de tiroteio. Duas pessoas morreram e 11 jovens ficaram feridos.

Sudão: uma jornalista é acusada de crime de ofensa à ordem moral e pública, por vestir calças. Poderá vir a ser chicoteada, em público, pelo «crime» de que é acusada. À porta do tribunal onde a sentença vai ser lida, manifestantes contra este absurdo foram recebidos com gás lacrimogéneo.

Venezuela: Chavez encerra estações de rádios, alegando querer «democratizar» a comunicação social.



Desafio a leitores: O contraponto, com notícias positivas, esperança.

domingo, 2 de agosto de 2009

ACÍLIO GALA OU O RISCO DA PAIXÃO PERMANENTE

Quando, há quatro anos, Acílio Gala resolveu não se recandidatar ao cargo de Presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, o gesto foi visto como atitude sábia de quem sente ser altura de fechar um ciclo. De alguém que sabe retirar-se a tempo e mostra suficiente desprendimento para dar lugar aos novos, por saber que a vida é metanóia.

Enganou-se quem pensou que o rasgão com a política seria definitivo. Dir-se-ia que a política, sentindo-se traída, o continuou a vigiar e a seduzir constantemente, tudo fazendo para o trazer de novo ao seu regaço. Bem cedo nos demos conta que Acílio Gala não se mostrou suficientemente astucioso para se separar dela. Abandonada a cadeira do poder, tornou-se rapidamente numa espécie de Ulisses ao contrário: libertou-se da Penélope que era a sua nova vida de aposentado, para se entregar outra vez, aparentemente ainda mais enfeitiçado, nos braços da sua antiga Circe política.

Foi vê-lo, então, a usar o enorme poder simbólico que dezasseis anos à frente do município inevitavelmente conferem. Umas vezes na imprensa, a demarcar o território, com textos acutilantes e corrosivos sobre a defesa do património municipal e o dever de preservar a memória, como aconteceu com a Cerâmica Rocha/Museu de Olaria e Grés, ou com as cartas abertas ao actual inquilino do município a propósito da demolição da antiga Casa da Câmara e da construção da Alameda; outras vezes marcando presença na primeira fila de alguns actos solenes, condicionando objectivamente o discurso político de Mário João Oliveira, que está longe de ser um mestre da oratória e de galvanizar auditórios. A um Presidente de Câmara não basta ser austero ou honesto, como é certamente o caso. Convém que saiba ouvir, mas sobretudo convencer.

O pouco tempo nas andanças da política ainda não permitiu a Mário João Oliveira adquirir algumas competências específicas que Pierre Bourdieu designa por “habitus”, um corpo de saberes, saber-ser e saber-fazer dos quais se destacam o domínio da gramática, da dialéctica e da oratória, instrumentos importantes na concorrência e na competição entre as várias forças políticas em confronto. Em política, passa ainda muito pelo verbo a mobilização de grupos e eleitores. A maior ou menor eficácia comunicacional pode motivar ou desmotivar, reforçar ou fragilizar, legitimar ou deslegitimar o discurso próprio em relação aos discursos alheios.

A velha raposa política que é Acílio Gala conhece tudo isso e não enjeitou as oportunidades que se lhe foram deparando, ao longo dos últimos quatro anos, para pôr a nu as evidentes fragilidades que nesta matéria dá mostras o seu principal adversário político. Mas não podemos deixar de perguntar: porque se meteu “nisto”, outra vez? Que faz correr um homem com um currículo profissional e político invejável, mas que já roçou o batente dos oitenta? Avança de novo por amar o concelho de Oliveira do Bairro acima de todas as coisas? Ou porque o exercício do poder ainda o fascina? Como forma de combater a solidão que um merecido repouso do guerreiro sempre provoca? Ou porque não há, no seu partido, quem o substitua com tão fortes probabilidades de êxito eleitoral?

A idade não constitui um óbice quando se mantém intocada a lucidez e a vivacidade intelectual. Churchil ou Adenauer aí estão para o demonstrar. Mas é irresistível não comparar o regresso à política de Acílio Gala com o de Mário Soares. A idade vai influenciar a escolha dos candidatos, ou o que vai prevalecer no acto de votar é a experiência adquirida, a herança legada, o prestígio entretanto acumulado? Acílio Gala é um homem de acção e de luta e o seu regresso à política não deixa de ser um acto de coragem. E um pauzinho na engrenagem do calculismo do jogo eleitoral dos seus adversários políticos.

O regresso do dinossauro excelentíssimo da nossa política concelhia veio baralhar os dados, abalar algumas certezas, condicionar discursos, ajustar estratégias, tornar tudo mais fluido e instável. No PSD, António Mota está de saída. Num momento destes, ver partir o mais tarimbado e experiente dos três vereadores social-democratas não deixa de ser um rombo na imagem, nas aspirações e na coesão de uma equipa que deseja renovar a confiança do eleitorado. Há quatro anos a vitória do PSD não foi folgada. Desta vez, tudo pode depender do resultado das eleições legislativas. Se o PSD as ganhar, acrescentando nova vitória à que obteve nas europeias, a dinâmica estará criada e o carisma de Acílio Gala não deverá ser suficiente para travar novo sucesso eleitoral do partido laranja.

Sejamos claros: a não ser que a campanha eleitoral para as autárquicas mostre o contrário, para o cidadão comum não parece ser muito diferente a visão política, social e económica que os dois principais candidatos exibem para o desenvolvimento do concelho. Será mais uma questão de estilo, uma diferente articulação formal do poder. O problema é que nestas coisas não é possível sentar dois homens na cadeira presidencial ao mesmo tempo. Alguém vai ter que ficar de fora, embora não haja drama nenhum nisso.

Se for Mário João Oliveira a sair, espera-o o regresso a tempo inteiro a uma actividade empresarial da qual nunca quis desligar-se enquanto Presidente de Câmara. Sintoma evidente que as musas da política não o seduzem assim tanto, ao ponto de abandonar tudo por elas.

Se for Acílio Gala a ficar de fora, será talvez o adeus definitivo à vida política activa. Como sucedeu a Coriolano na tragédia shakespeariana, o vencedor de tantas batalhas, às vezes acusado de arrogância pelos seus adversários políticos, poderá enfrentar a melancolia do homem só, um tanto desiludido por não ver novamente reconhecido o seu valor por uma população que o premiou com quatro maiorias consecutivas.

O jogo político concelhio passará então a jogar-se sem ele. Resta saber se vai jogar-se melhor depois dele.