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domingo, 25 de abril de 2010
São cravos, são cravos...
ABRIL, 25 [é só uma data redonda, mas não é só]:
ele há os festivaleiros do 25 de Abril,
ele há os que vivem a coisa muito calorosamente, como compreensível, porque foram perseguidos, controlados e emudecidos pelo antigo podre regime,
ele há os que ainda acreditam nos «amanhãs que cantam» e fecham os olhos aos regimes de Cuba e a Coreia do Norte,
ele há quem pense que o 25 de Abril é só uma festarola da esquerda,
ele há quem ache que podia haver muito mais democracia e não me atrevo a refutar,
ele há aqueles que foram maoistas, à data, e agora são da direita mais neoliberal e/ou conservadora possível (venha o diabo e escolha!) e têm «mixed-feelings» sobre esta data,
ele há quem só celebre o 25 de Novembro,
ele há quem não celebre mas respeite o simbolismo da data,
quem nem saiba o que foi ou passe indiferente à coisa,
e quem odeie de morte a democracia e que diga «naquele tempo é que era, precisamos é de um Salazar de novo».
para muitos jovens, o 25 de Abril é «old fashion», uma memória dos outros.
ele há quem diga que estamos mal, e estamos,
mas... esta gente toda desejaria, mesmo, mesmo, viver hoje, no 24 de Abril?
façamos o exercício de pensar nessa eventualidade...
poderíamos, mesmo mesmo mesmo, expressar abertamente tal pluralidade de gostos, indiferença, paixões e ódios sobre uma questão como estas?
não me parece. sem romantismos, euforias ou quimeras, sem vivência directa, mas herança...
Eles e elas há que... no plural... pluralizam as opiniões e as cores.
eu continuo a achar: OS CRAVOS, mesmo que os queiram murchar, SÃO SEMPRE MAIS BONITOS DO QUE AS FERRADURAS.
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1 comentário:
Sim, os cravos serão sempre mais atractivos que as botas cardadas; o perfume da liberdade mais exaltante que o cheiro das casernas; as saudades do futuro mais apetecíveis que as dores de quem só vê passado à sua frente.
Abril é mês de esperança e desafios sempre acesos.
Quem não é capaz de evitar a escravidão das rotinas; quem não arrisca deixar-se envolver em emoções fortes; quem não ousa atirar uma vez na vida a albarda ao ar; quem faz sempre tudo preso às algemas do bom senso ... não é pelo sonho que vai.
Quem não sonha não é de Abri.
É de Novembro.
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