sábado, 28 de outubro de 2017

reERGUER O CAMPO COM A COLABORAÇÃO DE TODOS

Por causa dos incêndios dos dias 15 e 16 de outubro, na Vila da Palhaça,  também o Centro Escutista Padre Horácio Cura (Campo de Formação do Agrupamento 970 da Palhaça), foi fortemente afetado, destruindo quase todas as infraestruturas de pernoita (abrigos), bem como um conjunto avultado de outras infraestruturas de apoio.
O Agrupamento está já a desenvolver um conjunto de iniciativas de forma a poder a curto prazo “levantar” o  Centro escutista e dotá-lo de novo com todas as condições necessárias para a prática escutista. 
Este sábado arrancaram os trabalhos de limpeza e remoção dos escombros e não faltaram apoios de braços de todos aqueles que ao longo do dia de hoje se juntaram no local.
Foto de Fernando Ferreira | album facebook 28.10.2017
VAMOS APOIAR
A Adrep e a Fábrica da Igreja da Paróquia da Palhaça decidiram recentemente, que o resultado do Cortejo dos Reis de 2018, reverteria na íntegra para o Agrupamento de Escuteiros e para as obras de reabilitação do Centro Escutista. O agrupamento apela à colaboração e solidariedade de toda a comunidade Palhacense.
Para quem desejar ajudar com o seu Apoio Financeiro, pode fazê-lo através da conta bancária sediada no Banco CA Crédito Agrícola IBAN: PT50-0045 3212 4029 3153 3744 1.
Foto de Fernando Ferreira | album facebook 28.10.2017
Vamos ficar atentos a outras ações que o agrupamento vai organizar para conseguir atingir este objetivo que é de nós todos!


sexta-feira, 27 de outubro de 2017

PORTUGAL SEM FOGOS DEPENDE DE TODOS!

Segundo informação divulgada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), esta quinta-feira, 26 de outubro, prevêem-se para os próximos dias a manutenção de um cenário meteorológico caraterizado por tempo seco, com índices muitos baixos de humidade relativa, e vento forte. 


2. EFEITOS EXPECTÁVEIS 
A situação é muito favorável à ocorrência de incêndios rurais que, caso venham a verificar-se, podem evoluir com grande rapidez de propagação e enorme dimensão, uma vez que ainda há grande quantidade de material lenhoso acumulado nos espaços florestais. 

3. MEDIDAS PREVENTIVAS 
O risco descrito exige um cuidado redobrado por parte de todos, nomeadamente a através da adequação dos comportamentos ao uso e fruição do espaço rural, de modo a que se evitem ignições suscetíveis de originar incêndios rurais grandes e facilmente propagáveis. 

É PROIBIDO fazer uso do fogo junto a espaços florestais, sendo imperioso que todos os portugueses adequem os seus comportamentos face ao risco existente nessas áreas ao longo dos próximos dias. 

Assim, recordamos que não é permitido: 
• Realizar queimadas ou fogueiras; 
• Utilizar equipamentos de queima e de combustão; 
• Queimar matos cortados e amontoados ou qualquer tipo de sobrantes de exploração; 
• Lançar balões com mecha acesa ou qualquer outro tipo de foguetes; 
• Fumar ou fazer lume de qualquer tipo nos espaços florestais ou vias circundantes; 
• Proceder à fumigação ou desinfestação de apiários com equipamentos sem dispositivos de retenção de faúlhas. 

Só a observação rigorosa destes princípios pode garantir a efetiva proteção e defesa da nossa floresta contra incêndios. 

TOLERÂNCIA ZERO no uso de fogo...

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

VAMOS LÁ PA - Promover a cidadania ativa


O ponto de partida da Plataforma PA – PALHAÇA, PENSAR & AGIR teve lugar numa sessão pública realizada durante a manhã do passado domingo, na antiga escola da vila, e contou com uma extraordinária participação de Palhacenses. Na origem do repto lançado por um grupo de pessoas à Junta de Freguesia, para a existência desta plataforma, e depois a todos os que nela se queiram integrar e dar o seu contributo na sequência dos trágicos incidentes que ocorreram no dia 15 de Outubro, aquele que foi o pior dia do ano na memórias de muitos portugueses, mas um dia triste e desolador também para a vila da Palhaça que esteve rodeada pelo fogo e viu desaparecer 90% da sua mancha verde. 


No encontro, e além das intervenções do Presidente da Junta e do Chefe dos Escuteiros, que relataram o vivido e as consequências do que aconteceu e o que já se encontra em marcha para repor a normalidade, foram diversas e enriquecedoras as intervenções dos presentes, uns falando da sua experiência deixaram ideias para uma intervenção mais rápida nestas situações de incêndio; outros partilharam pontos de vista relativamente ao caminho que é necessário trilhar na área da prevenção e houve ainda quem disponibilizasse conhecimentos e contactos para aprofundar a questão da reflorestação.

A partir deste encontro, a Plataforma vai agora começar a trabalhar em grupos mais restritos e com calendários diferentes de acção. Esta semana a prioridade é dar a conhecer o levantamento que GNR está a fazer dos danos em todas as freguesias e começar a comunicar aspectos relevantes para o apoio aos escuteiros e aconselhamento aos Palhacenses afectados. 




sexta-feira, 20 de outubro de 2017

PA – PALHAÇA, PENSAR & AGIR

DOMINGO, DIA 22 DE OUTUBRO, 10h00-11h30 – Antiga Escola Primária


Na sequência dos trágicos incidentes que ocorreram nos últimos dias no nosso país, e que afetaram a freguesia da Palhaça, deixando-nos a todos desolados e em estado de alerta, entendemos que esta é a hora de passarmos das constatações e da conversa à ação.

É muito importante refletir e discutir para planificar, envolver e agir, sobretudo localmente. E por isso, estamos a organizar uma reflexão pública sobre a nossa Palhaça, não apenas do ponto de vista da floresta e do que aconteceu - identificando fragilidades e consequências e como todos poderemos contribuir para recuperar o que foi danificado – mas acima de tudo refletindo sobre a comunidade e o território que somos e que queremos ser. Temos entre nós todas as pessoas necessárias que com as suas capacidades podem e saberão contribuir para uma cidadania ativa.

Queremos que as diversas gerações da nossa vila se encontrem e partilhem conhecimentos, práticas e reflexões que façam com que cada vez mais todos os Palhacenses conheçam melhor a sua terra e as suas pessoas, preservem a sua história, defendam as suas causas, nas suas especificidades e potencialidades.
Queremos ser uma comunidade conhecedora, crítica, solidária e feliz. Uma comunidade que viva o presente numa trajetória de constante melhoria. Uma vila à qual as pessoas sintam que pertencem e onde são felizes!

O ponto de partida da Plataforma PA – PALHAÇA, PENSAR & AGIR - com que queremos arrancar é um encontro no próximo domingo, entre as 10h00 e as 11h30, na antiga escola primária da nossa vila. A sua missão é encorajar o envolvimento das pessoas e promover a participação cívica na nossa vila através da reflexão, formação e ação.

Estamos a convidar autarcas, dirigentes de associações e instituições sociais, entidades locais e todos os interessados em fazer parte desta plataforma para uma conversa pública. Vimos desafiá-lo a si a participar. Venha daí!
Contamos consigo para que esta plataforma contribua para as mudanças que queremos ver na nossa Palhaça!


terça-feira, 6 de junho de 2017

OS CARTAZES DO NOSSO DESCONTENTAMENTO

Aproximam-se as eleições autárquicas. Acelera o regime de funcionamento do campo político. Aparecem os primeiros cartazes, ou não vivêssemos na civilização da imagem. Nela, o cartaz, meio de comunicação por excelência, ocupa um lugar especial enquanto elemento gráfico.

Dos cartazes já colocados na Palhaça, um do Partido Social Democrata e outro do movimento Unidos por Oliveira do Bairro (UPOB) merecem a nossa reflexão. Nem um nem outro parecem suficientemente conseguidos. Em nenhum deles as regras básicas de comunicação parecem cumprir o seu objectivo essencial: uma descodificação da mensagem pelo receptor, capaz de ir ao encontro daquilo que o emissor pretendeu transmitir.

Comecemos pelo cartaz do PSD, que nos apresenta a seguinte frase: “A confiança em quem se conhece”. Ora quem a população da Palhaça conhece à frente dos destinos da freguesia, nos últimos oito anos, é Manuel Augusto Martins. A tendência é para se evocar o passado recente e não o passado mais remoto, embora em qualquer dos casos só possamos recordar partes do que já passou. Podemos recordar o passado mais antigo, mas a luz que nele incide não alcança tudo, há uma parte que pertence já ao mundo das trevas. Acontece que Manuel Augusto Martins é o candidato do UPOB à Junta de Freguesia da Palhaça, depois de ter desempenhado essas funções ao serviço do PSD.

O candidato do PSD – Manuel Carvalho – também já foi Presidente de Junta e nem sequer está em causa a sua dedicação ao serviço da freguesia. Acontece que a marcha do tempo é inexorável, na medida em que há uma incessante mudança do presente em passado. Ao fim de oito anos sem o protagonismo que teve enquanto gestor autárquico, deixou de estar iluminado pelos holofotes da publicidade e, quando assim acontece, começa a tecer-se o inevitável e por vezes injusto manto do esquecimento. “A confiança em quem se conhece” parece não surtir o efeito desejado: remete mais para aquilo que o PSD hoje rejeita do que para aquilo que lhe interessa promover.

Passemos ao cartaz do UPOB, onde as coisas parecem ser ainda mais complicadas. O cartaz apresenta-nos o topónimo Palhaça com o texto invertido. Já há quem fale, com algum desagrado, em “Palhaça do avesso” e em “Palhaça de pernas para o ar”. E nestas coisas, sabemos bem, o bairrismo conta muito, o bairrismo ainda é o que era.

O efeito visual deste cartaz até é conseguido, pois permite chamar a atenção e provocar algum espanto. E também faz passar a ideia positiva de que o UPOB quer virar a página, mudar as coisas para melhor. Mas o problema não é esse. O problema é que um cartaz bem concebido – e, nessa medida, bem conseguido – não é só o que consegue captar a atenção daqueles a quem se destina: é também o que transmite a informação que se pretende. E é precisamente aqui que o cartaz parece falhar. Vejamos porquê.

Em primeiro lugar, os eleitores palhacenses não têm da sua terra uma imagem de pernas para o ar. Têm dela – e os restantes munícipes do concelho também - a imagem de uma terra de gente dinâmica, progressiva, que se desmultiplica em actividades e não regateia esforços para a tornar cada vez mais apetecível. Uma terra com uma sala de visitas – que é a Praça de S. Pedro – sempre embelezada e apreciada pelos forasteiros, cada vez mais a fervilhar em actividades comercias e de restauração; uma terra com duas feiras mensais que continuam a resistir aos cânticos de sereia da modernidade que desagua nos supermercados, hipermercados e outras superfícies comerciais; uma terra que conta com o envolvimento empenhado da sua Igreja e da comunidade local e é capaz de nos brindar com a belíssima representação da Paixão de Cristo; uma terra que preserva os seus correios, o serviço local de saúde e agências bancárias, instala o pólo de leitura, assegura o acolhimento dos mais novos e dos mais velhos nas suas instituições de solidariedade social e possui uma zona industrial em expansão; uma terra que conta com o dinamismo das suas associações (Grupo de Escuteiros, ADREP, Grupo de Cantares) e que promove actividades tão variadas como teatro, quinzena cultural, cortejo dos reis, marchas populares, festival da canção e outras mais), uma terra destas não é uma terra de pernas para o ar. Manifestar intenção de fazer melhor é louvável, mas esse desejo não pode suprimir o mérito do que já foi feito e muito menos de quem o fez.

Em segundo lugar, transmitir a ideia de que a Palhaça está de pernas para o ar e que o UPOB se propõe inverter esse ciclo, pode suscitar, nos eleitores, uma reflexão sobre as duas seguintes hipóteses:

Primeira hipótese:  a Palhaça já estava de pernas para o ar quando, há oito anos, Manuel Augusto Martins assumiu os destinos da freguesia. A ser esta hipótese verdadeira, então forçoso é concluir que durante os últimos oito anos do seu mandato o actual candidato do UPOB se mostrou incapaz de inverter a situação.

Segunda hipótese: a Palhaça ficou de pernas para o ar durante a gestão de Manuel Augusto Martins, o que, se fosse verdade, em nada abonaria a favor da sua capacidade para gerir os destinos da freguesia.


Dito isto, pode concluir-se que nenhum dos cartazes aqui analisados difunde uma mensagem publicitária inspiradora ou motivadora. Qualquer cartaz em que as pessoas não entendem o que se pretende comunicar, ou em que o mesmo provoca o efeito contrário do pretendido, será sempre um cartaz inútil.

quinta-feira, 30 de março de 2017

AUTÁRQUICAS EM OLIVEIRA DO BAIRRO: PRENÚNCIOS DE UMA CAMPANHA ALEGRE

Era de prever: com o aproximar das eleições autárquicas, o recém-criado movimento UPOB (Unidos Por Oliveira do Bairro) teria o seu baptismo de fogo. Os movimentos de cidadãos – ora encabeçados por independentes, ora por quem já teve uma filiação partidária – têm muito a ver com a insatisfação contra o funcionamento dos partidos políticos e os seus processos de escolha de candidatos. Por isso, há cada vez mais cidadãos que à revelia dos partidos se organizam para resolver os problemas das suas comunidades. Ao fazê-lo, alargam o espectro da participação política sem que tenham de se submeter às trocas de favores e às intrigas em que se atolam muitas estruturas locais dos partidos tradicionais.

As listas sem patrocínio partidário não agradam, é bom de ver, aos que tudo têm feito para enquadrar e até monopolizar os direitos dos cidadãos. O atrevimento dos que deixam o casulo partidário e abandonam a sua zona de conforto teria que esbarrar nos que sempre olharam, com desconfiança, para qualquer proposta de refrescamento da vida autárquica. A esses convém dizer que se não há democracia sem partidos, a democracia também não se esgota neles.

E como em Oliveira do Bairro também os lobos uivam, o UPOB já teve o seu baptismo de fogo. Na edição de 23 de Março passado, o Jornal da Bairrada inseriu um texto assinado por Pedro Fontes da Costa, com o seguinte título: “Candidato da UPOB à Câmara de Oliveira do Bairro plagia Plano Estratégico do Sabugal 2025”. Assim mesmo, falando de plágio de uma forma peremptória. Só que, logo no primeiro parágrafo, o citado jornalista troca o assertivo “plagia” pela expressão mais evasiva “terá plagiado”.

Em que ficamos? Quando num título de jornal se diz, sem evasivas, que há plágio e logo a seguir se fala em eventual plágio, estão a colocar-se em causa valores básicos do jornalismo como a procura da objectividade e a busca da isenção. Se o título de um texto não bate certo com o corpo da notícia, é comum dizer-se que estamos a vender gato por lebre. É o que acontece quando o rótulo de um vinho não corresponde ao conteúdo da garrafa: estamos a defraudar as expectativas do cliente.

Mais do que uma opinião, ou uma metáfora, o rótulo de plágio que Pedro Fontes da Costa colou ao candidato Fernando Silva é uma acusação (não esqueceu, sequer, a moldura penal...) que deve ser comprovada. Ou se prova a acusação – com consequências para o visado – ou o rótulo é difamatório e tem consequências para o autor da notícia. A quem acusa incumbe o ónus da prova. Se o não fizer, então o texto do Jornal da Bairrada não terá passado de pólvora seca: fez estrondo, mas talvez poucos estragos na imagem do candidato. Ou há prova, ou tudo não terá passado da construção de um insulto que a alguém aproveita.

Para que não subsistam quaisquer dúvidas, quero desde já acrescentar que o texto de Pedro Fontes da Costa tem pelo menos um mérito: o de nos dar a conhecer que o artigo de opinião assinado por Fernando Silva, na edição de 9 de Fevereiro do mesmo jornal, não é da sua autoria. E isso não soubemos, na altura. Bastaria uma simples alusão ao Plano Estratégico do Sabugal para tudo ser diferente. Para não sermos, enquanto destinatários da sua mensagem, induzidos em erro ou enredados nos problemas da verdade ou da falsidade dos discursos produzidos.

Dito isto, vale a pena acrescentar que a facilidade com que hoje se acede aos bens culturais disponibilizados em rede levanta problemas sérios quando falamos de utilização ilícita. Como os coloca, também, quando estamos em presença de noções como “direito de autor”, “propriedade intelectual” ou “plágio”. Quando uma pessoa copia outra sem citar as fontes, para haver plágio é preciso provar que essa outra pessoa também não se inspirou em ninguém. Dito de outro modo: que o que essa pessoa escreveu ou disse é cultura em primeiro grau e não, como acontece com as anedotas, tabaco já mascado por muitas bocas.

Ora, no caso em análise, podemos ler na própria notícia do Jornal da Bairrada que Victor Cardial chama a si a propriedade intelectual do documento, quando afirma: “Fui eu que escrevi o que está no Plano Estratégico do Sabugal e dei autorização ao Eng.º Fernando Silva para publicar. E fui eu que lhe pedi para não colocar o meu nome no artigo de opinião que foi colocado no jornal”. E quando se diz que que o artigo de opinião de Fernando Silva reproduz “de forma quase integral” (sublinho o quase) duas páginas do Plano Estratégico do Sabugal, está-se a reconhecer que o texto “apresenta alguns elementos de inovação”. Ora a inovação, acrescentada ao documento inicial, também fragiliza a noção de plágio.

Para se poder falar de roubo intelectual são precisas três coisas: um objecto roubado, um ladrão e uma vítima. No caso em apreço quem é a vítima? Quem se queixou? Ninguém. O detentor da propriedade intelectual do documento apenas se justificou. Nem sequer exigiu ver o seu nome tornado público. Em vez disso, limitou-se a autorizar a utilização da sua obra.

Como era de esperar, nada disto foi suficiente para abafar as acusações de plágio. O que veio à tona, não só no Jornal da Bairrada, foi um indisfarçável azedume contra o novo movimento cívico. Ninguém se preocupou em saber se o Plano Estratégico do Sabugal está a ser bem aplicado, se está a ter sucesso, ou se pode representar uma mais-valia para o concelho de Oliveira do Bairro. Discutir ideias dá trabalho e só discute ideias quem as tem. Mais importante, para alguns, é tentar fragilizar os adversários políticos. Pouco importa se um artigo de jornal não é propriamente um trabalho académico ou se o Jornal da Bairrada está longe de poder ser considerado uma revista científica. Falta a citação, a nota de rodapé... e pronto!

Além das ideias que perfilha para o concelho, um candidato a Presidente da Câmara não está impedido de importar ou imitar modelos que no plano material ou estético enriqueçam as suas propostas. Se muitos autarcas viajassem e conhecessem o que se faz por essa Europa fora, não teríamos certamente que contemplar os mamarrachos que por aí abundam em praças, rotundas e jardins públicos. Quando as BUGA (bicicletas de utilização gratuita) apareceram em Aveiro – certamente inspiradas na Holanda, na Bélgica ou noutro país qualquer – o Presidente da Câmara incorreu em plágio por não citar a fonte da sua inspiração?

Enfim, como o discurso político é um dos que maior carga de contrabando de sentidos pode gerar, é legitimo que os eleitores locais se interroguem se alianças como a do UPOB significam amor verdadeiro aos interesses do concelho ou tão só a salvaguarda de interesses particulares. Se são ouro de lei ou apenas reflectem o brilho de falsos ouropéis. O certo é que estas candidaturas assustam, a avaliar pelos resultados de 2013.

Vai ser um ano escaldante – antecipava um dia destes a directora do Jornal da Bairrada. Pois vai. Oxalá que o aproximar das eleições autárquicas não nos devolva as cenas menos edificantes registadas há uns bons quinze anos na Assembleia Municipal do nosso concelho. Numa delas, um ilustre representante do poder local “teve que ser agarrado e aconselhado pelos colegas a sair da sala para que os ânimos arrefecessem um bocado. Uma verdadeira sessão de pancadaria esteve mesmo iminente” – pode ler-se na edição do Jornal da Bairrada de 2 de Dezembro de 2004. Talvez o UPOB ajude a refrescar as estruturas partidárias locais e a arejar um pouco mais a casa da democracia do concelho.


Até lá, convém estarmos atentos. Como acontece com Uma Campanha Alegre, de Eça de Queirós, nada nos garante que não vá ser preciso derrubar, uma ou outra vez, a “tolice de cabeça de touro”.