sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Ideias Aplicáveis (I): «Cidades Lentas»

Inaugura-se aqui um espaço a que chamei de «Ideias Aplicáveis», que poderá vir a mudar de nome, se o desejarem. Neste espaço, cabe a divulgação de iniciativas/conceitos/ práticas - em território nacional ou além-portas - de que tomem conhecimento e que considerem interessantes para a vila da Palhaça e aplicáveis e/ou adaptáveis à nossa realidade. Discorde-se depois ou não, discuta-se a aplicabilidade destas iniciativas/conceitos à Palhaça e o interesse ou não de propor a aplicabilidade, com ajustes concertados, às devidas instâncias.


Hoje, dou conta de um conceito em aplicação, o das ditas «slow cities» (cidades lentas), cidades em reconfiguração, ideia importada - lentamente e com alguma areia na engrenagem - de Itália para Portugal (para já, só 4 cidades do Algarve aderiram), tomando em conta o actual contexto de frenesim urbano - alastrado também a vilas - e de «falta de tempo» para o descanso, para uma alimentação mais saudável, para o lazer, para o prazer, para o exercício físico, para a criação, para o debate, para a família e amigos.


Segue-se a notícia sobre o assunto:

«Estilo de vida tranquilo e tornar as cidades mais atractivas é o mote deste projecto. Tavira, São Brás de Alportel, Silves e Lagos integram o movimento “Slow Cities”.

Bons hábitos como ter uma alimentação saudável, de preferência num restaurante tradicional, conversar e conviver com os amigos, praticar exercício físico, admirar e proteger o ambiente, bem como respeitar a cultura e os costumes, tudo isto faz parte de uma vida calma, com base em princípios de qualidade. Este é o pressuposto fundamental da filosofia das “Slow Cities”.

Para tal, é necessário adaptar à realidade portuguesa os cerca de 60 critérios instituídos pela organização para que uma cidade seja considerada uma “Slow City”. Para que seja atribuído o ícone do caracol – imagem de marca do movimento – é essencial o cumprimento de requisitos relacionados com a cultura, o ambiente, as infra-estruturas, a hospitalidade e a qualidade urbana. Tudo para que a vida de cada munícipe seja mais branda e aprazível.

"Cittaslow", Cidade Slow, surgiu em Itália, em 1999, através de Paolo Saturnini e tem como fundamento a preservação da tradição, tranquilidade e qualidade gastronómica nas pequenas cidades. É um conceito ligado ao "SlowFood", movimento mundial que defende o prazer de saborear pratos especiais das mais diversas culturas. Slow Food e Cittaslow nasceram para pôr fim à padronização de sabores promovida pela filosofia da massificação e da pressa, representada pelo "fast-food"» (Ler mais em: http://www.jornaldoalgarve.pt/artigos.aspx?id=9146)



Questões:
- Esta ideia é aplicável ou interessará aplicar na Palhaça? Se sim, de que forma?
- Será este conceito um retrocesso ou um progresso civilizacional ou a resposta a esta pergunta nunca poderá ser «preto ou branco»?
- Será a implantação das «cidades lentas» um atentado às liberdades individuais (no que toca ao estilo de vida)?

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Publicação no blog

Caso pretenda ser colaborador directo do blog - que não exclusivamente através dos comentários (muito válidos e necessários para a discussão de ideias), mas pela publicação de imagens ou textos em posts -, inicie sessão, a partir desta página (ver topo), introduzindo os seguintes dados:

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

«Olhares» (I) - Uma Praça de Gente
















A nossa Praça é única.
Tem a forma de um triângulo.
Quase todas as praças são quadradas.
A nossa não, é triangular. Portanto, diferente.
È uma Praça Portuguesa.
É uma praça com bancos.
Rodeada por três estradas, mas onde se ouve o silêncio, os pássaros e algumas vozes conhecidas.
Não faltam os baloiços, de várias cores. O cavalinho, a roda o escorrega.
São antigos, velhinhos, mas dão para brincar e as crianças gostam.
Só é pena serem poucas, as crianças.
Devem ser poucos os Palhacenses que páram na praça. Eu gosto.
Da praça, do coreto, e dos baloiços, desde pequeno.
Tem o S. Pedro. Se calhar é isso: somos homónimos. E há sombras.
O jornal fica perto, podemos ler o mundo na nossa praça.
A qualquer hora, há abrigos do sol e burburinho baixinho.
A nossa Praça é única. É linda, aberta e está no Centro.
O Centro é a Palhaça e a sua praça.
Passa gente madura e miúda. Passam e é pena. Não páram.
Crescem as palmeiras, mas nasce pouca conversa nesta praça. Gosto da gente miúda.
Eles abusam da nossa praça. Correm, pulam e gritam e a praça agradece-lhes.
Dão animação à Praça. São o encanto da praça que perde a graça quando ninguém nela passa.
A Praça precisa de gente.
Precisa de Palhacenses, de vida, de uma Palhaça onde haja graça.
Então vamos dar vida à Praça!


Autor: Pedro Carvalho




[Inaugura-se aqui a série «Olhares», sem periodicidade e sem autores estanques, fotografias e/ou textos (crónicas, críticas, reflexões e/ou evocações) acerca de vivências do passado e do presente na Palhaça ou sobre projecções para o futuro... Envie os textos para palhacacivica@gmail.com]

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Atletas olímpicos na Palhaça

«Um notável sucesso marcou a 7ª edição do Grande Prémio de Atletismo “Vila da Palhaça – Oliveira do Bairro”. A organização, a cargo da ADREP, assegurou a presença de alguns dos melhores atletas portugueses e estrangeiros da actualidade. Sergey Ivanov (Rússia) e Elisabeth Rumokol (Quénia), ambos com provas dadas no panorama internacional, não defraudaram e venceram as provas rainhas.

Nem mesmo as más condições climatéricas impediram o sucesso daquela que foi a terceira edição consecutiva deste Grande Prémio de Atletismo, em franco crescimento. Este ano, pela primeira vez, a organização assegurou a presença de atletas provenientes das grandes potências mundiais, na área do meio fundo.
Sergey Ivanov, campeão da Rússia, em título, de 10 mil metros, participante nessa mesma distância, nos Jogos Olímpicos, em Pequim, acabou por se exibir de forma superior, sob uma armada notável. Um pelotão que contou, entre outros, com a presença de Paulo Gomes (Conforlimpa), um dos portugueses que também esteve em Pequim, desta feita na maratona Olímpica.
No sector feminino, a protagonista foi Elisabeth Rumokol, uma das mais prestigiadas quenianas dos últimos anos, 6ª classificada no Campeonato do Mundo de Corta-Mato Longo. A atleta impôs-se com a esperada superioridade, depois de um início de corrida marcado pela liderança de Inna Poluskina, campeã da Europa de Corta-Mato, em 2005. Também ela presente nos últimos Jogos Olímpicos, mas nos 3000 metros obstáculos».


Ler mais em: Atletismo ADREP (blog)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Risco de pobreza estabiliza em 18 por cento entre 2006 e 2007


Notícia Público Online
15.12.2008 - 12h56
Por Agências


Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2007 pelo INE


Os idosos são os portugueses mais afectados pelo espectro da pobreza


Há 18 por cento de indivíduos residentes em Portugal que se encontravam em risco de pobreza em 2007, o mesmo valor indicativo observado em 2006, avança hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE) no inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2007, com base nos rendimentos de 2006.

A taxa de risco de pobreza corresponde à proporção de habitantes com rendimentos anuais por adulto equivalente inferiores a 4544 euros em 2006, valor que corresponde a 379 euros mensais - aumento do limiar de pobreza de quatro por cento face a 2005.

O INE afirma, ainda, que o impacto das transferências sociais, excluindo pensões, na redução da taxa de risco de pobreza foi de seis pontos percentuais (...).




Neste âmbito, questiona-se a Junta de Freguesia da Palhaça, a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro e/ou as instituições de solidariedade (como a Cáritas) sobre a existência ou não de um levantamento do número de pobres, indivíduos ou agregados familiares em risco de pobreza e/ou de desempregados da Palhaça, bem como do número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção, do subsídio de desemprego e de pensões de reforma.

Caso a resposta seja afirmativa, será possível aceder a esses dados, de forma transparente, e saber que planos de acção estão previstos, para 2009, pela Câmara Municipal, pela Junta de Freguesia e pelas Instituições (incluindo a igreja) para combater a pobreza na vila?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Mini-Inquérito

1. enumere as principais lacunas da Palhaça (infraestruturas, água e saneamento, resposta para a pobreza e para a 3ª idade, eventos culturais, segurança pública, debate, interacção ente vários agentes culturais, religiosos e sociais, programas ambientais, prestação da Junta de Freguesia, etc).

2. aliste as principais potencialidades da vila e o que, a partir delas, considera que pode ser desenvolvido?

3. de 0-5 (correspondendo 0 a «nenhum(a)» e 5 «muita/o»), classifique a necessidade de criar um movimento cívico na vila.

4. de 0-5, classifique a sua disponibilidade para integrar um movimento cívico.

5. de 0-5, classifique o seu interesse em integrar um movimento cívico.

6. contribua com ideias para a construção de uma Palhaça mais forte cultural e socialmente.

7. qual a impressão que tem dos palhacenses?

8. qual a sua profissão e qual a área de acção na qual considera que poderá contribuir com mais «saber fazer» para uma elevação da Palhaça?

(A resposta - parcial ou integral (como queira) - ao inquérito poderá ser publicada, via blog, na secção dos comentários, automaticamente, ou enviada por e-mail para tiagoogago@gmail.com. Obrigado pela sua disponibilidade.)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Declaração dos Direitos Humanos (60 anos)

Assinalam-se, hoje, 60 anos sobre a aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, cerca de 3 anos após o termo da 2ª Guerra Mundial. Estados Unidos da América, Coreia do Norte, Birmânia, Irão, Zimbabué, Cuba, China e Bielorrússia estão entre os países que mais violam os direitos humanos. Portugal ainda está longe de os respeitar, segundo relatórios internacionais e de acordo com alguns olhos e ouvidos atentos e/ou humanos contestatários e vitimizados (exemplos: pobreza; condições degradantes em prisões portuguesas; tráfico de mão-de-obra estrangeira; abusos por algumas forças de segurança; violência doméstica; abusos sexuais; exploração laboral; excesso de recurso à prisão preventiva; obstrução ao casamento entre pessoas do mesmo sexo; discriminação com base no género, na etnia, no porte de deficiência ou de doenças venéreas, em estereótipos de beleza, na nacionalidade e/ou na preferência sexual, etc.).




Sugestões de livros, documentários e ficção que abordam a questão - sempre sob escrutínio - dos direitos humanos

Eventos a marcar a efeméride

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Um site, um conceito: Agenda 21

Em Portugal a promoção da Agenda 21 Local foi incluída como medida a implementar na proposta de Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável.

Actualmente cerca de 60 municípios estão a desenvolver processos de Agenda 21 Local, em vários casos associados regionalmente, que podem ser encontrados no Portal da Agenda 21 Local.

Os principais obstáculos à aplicação da Agenda 21 Local encontrados na última sondagem (2006) responsabilizam principalmente o cidadão, com falta de hábito de participação nas decisões locais ou regionais e insuficiente informação sobre temas que envolvem o desenvolvimento sustentável. O medo e o hábito das pessoas em cargos de decisão também foram umas das causas apontadas como obstáculo à aplicação da Agenda 21 Local.

Clicar aqui para consultar site da Agenda 21

Palhaça - E que tal um «brainstorming» (tempestade de Ideias)?

«Utopia tem como significado mais comum a ideia de civilização ideal, imaginária, fantástica. Pode referir-se a uma cidade ou a um mundo, sendo possível tanto no futuro, quanto no presente, porém num paralelo. A palavra foi cunhada a partir dos radicais gregos οὐ, "não" e τόπος, "lugar", portanto, o "não-lugar" ou "lugar que não existe"» (in Wikipedia)


1. Lança-se uma semente a uma terra cultivável - não serão todas, com recursos humanos, solidariedade, conjugação de vontades e imaginação? - chamada Palhaça.

2. Desafiam-se/Provocam-se, neste espaço (cujas balizas são a utopia e a realidade), todos os palhacenses - vizinhos e simpatizantes - a participarem com ideias para a potencialização de uma Palhaça tímida em acções sociais, políticas, cívicas e culturais, não obstante o esforço de algumas instituições locais.

3. Porque já existem exemplos que provam que uma aldeia, uma vila e ou cidade podem existir independentemente e para além da acção ou da inacção de um poder local (das Juntas de Freguesia às Câmaras Municipais) ou de um poder central, ou de cores políticas, porque a sustentabilidade do planeta está em equação e em aperto, porque todo o ser humano e cidadão terá potencial em bruto para maximizar e materializar em projectos, sugere-se a construção - não necessariamente abrupta, mas porque não progressiva? - de uma Palhaça experimental, plural, cujos intervenientes, em regime democrático, a partir da premissa da liberdade de expressão, denunciem, critiquem, proponham, valorizem, idealizem, pensem uma Palhaça mais inventiva, contemporânea, dinâmica, se for esse o desejo dos seus habitantes. Paralelamente, sugere-se que temas da actualidade nacional ou global - que dizem respeito a todos os cidadãos - sejam debatidos neste espaço.

4. Saúda-se a intervenção regular e a diversidade de opinião, bem como a abertura dos navegadores destas águas à troca de ideias e à desmistificação de ideias pré-feitas, assentes em lacunas comunicacionais, na desinformação e na contra-informação. Palhacenses de direita, de esquerda, de centro ou sem direcção. Partidários ou apartidários. Pragmáticos e teóricos. Católicos e ateus, passando pelos agnósticos e por cidadãos que professam outras religiões. De pessoas sem estudos a doutorados. Cidadãos de várias nacionalidades e etnias. Pessoas com deficiência ou sem ela. Emigrantes e imigrantes. Mulheres, homens e transgéneros. Homo-, bi- e heterossexuais. Representantes das 1ª, 2ª, 3ª e 4ªs idades. Disponham deste e contribuam neste blog, sem medos.

5. Em tempos de crises, um dos desafios é contorná-las com imaginação, partilha e civilidade.

6. Quando ainda não há definições, «venha daí uma resposta» (para já, para o mail tiagoogago@gmail.com ou para a caixa de comentários abaixo disponível... até se decidir, em conjunto, por uma via mais eficaz), por mais absurda que aparente o ser...


Assinaturas:
Tiago Pereira de Carvalho
Gertrudes Keil Bonaparte