A nossa Praça é única.
Tem a forma de um triângulo.
Quase todas as praças são quadradas.
A nossa não, é triangular. Portanto, diferente.
È uma Praça Portuguesa.
É uma praça com bancos.
Rodeada por três estradas, mas onde se ouve o silêncio, os pássaros e algumas vozes conhecidas.
Não faltam os baloiços, de várias cores. O cavalinho, a roda o escorrega.
São antigos, velhinhos, mas dão para brincar e as crianças gostam.
Só é pena serem poucas, as crianças.
Devem ser poucos os Palhacenses que páram na praça. Eu gosto.
Da praça, do coreto, e dos baloiços, desde pequeno.
Tem o S. Pedro. Se calhar é isso: somos homónimos. E há sombras.
O jornal fica perto, podemos ler o mundo na nossa praça.
A qualquer hora, há abrigos do sol e burburinho baixinho.
A nossa Praça é única. É linda, aberta e está no Centro.
O Centro é a Palhaça e a sua praça.
Passa gente madura e miúda. Passam e é pena. Não páram.
Crescem as palmeiras, mas nasce pouca conversa nesta praça. Gosto da gente miúda.
Eles abusam da nossa praça. Correm, pulam e gritam e a praça agradece-lhes.
Dão animação à Praça. São o encanto da praça que perde a graça quando ninguém nela passa.
A Praça precisa de gente.
Precisa de Palhacenses, de vida, de uma Palhaça onde haja graça.
Então vamos dar vida à Praça!
Autor: Pedro Carvalho
[Inaugura-se aqui a série «Olhares», sem periodicidade e sem autores estanques, fotografias e/ou textos (crónicas, críticas, reflexões e/ou evocações) acerca de vivências do passado e do presente na Palhaça ou sobre projecções para o futuro... Envie os textos para palhacacivica@gmail.com]
4 comentários:
Apoiado! Vou aproveitar os feriados que se avizinham para dar um salto à Praça, mesmo não vivendo já na Palhaça...
- Não poderia ser o próprio Coreto melhor aproveitado (para concertos de bandas filarmónicas ou para exposições, oficinas, p.e.), tentando corrigir enevntuais problemas de acústica?
- Pelo jardim, serão ou não necessários mais bancos e um espaço para «estacionar» e conversar, fazer uma feira de material usado ou um espectáculo de rua espontâneo?
- Mesmo o parque infantil terá sido pensado também para os pais que vão levar os seus filhos a brincar?
- Um jardim numa área tão central da vila servir apenas de local de passagem e pouco mais soa-me a desperdício de um local com algumas potencialidades.
Caro Tiago,
De facto na Praça cabe muita coisa. Tu dás alguns bons exemplos. POdiam ser outros. A PRaça é pública, sendo pública é de todos. A Praça será o que os Palhacenses quiserem, hajam ideias. Não foi minha intenção apelar a terceiros para fazer coisas na Praça. Não. Apenas quis apelar à liberdade individual de cada um para viver a Praça à sua maneira. Fazer da Praça, em primeiro lugar, um espaço de encontro. O resto vem por acréscimo.
Pedro, claro que não sou a favor de qualquer tipo de coerção de ocupação/vivência da Praça ou mesmo da vila, muito menos de obrigar as pessoas a viverem a praça de determinada forma. Estava apenas a questionar e apresentar um diagnóstico que faço da minha vivência da praça, fazendo também algumas sugestões, que podem ser tomadas em conta ou não (é uma mera sugestão, que vale o que vale, isto é, muito pouco).
Porém, não deixo de pensar que para o tal «encontro» - de que falas - se dar, é necessário criar ou melhorar algumas condições para as pessoas permanecerem no local e não apenas passarem, cenário que descreves no texto. A partir daí, resta aos transeuntes decidirem se quer parar ou não...
Se calhar, não tinha sido muito claro.
Enviar um comentário