Inaugura-se aqui um espaço a que chamei de «Ideias Aplicáveis», que poderá vir a mudar de nome, se o desejarem. Neste espaço, cabe a divulgação de iniciativas/conceitos/ práticas - em território nacional ou além-portas - de que tomem conhecimento e que considerem interessantes para a vila da Palhaça e aplicáveis e/ou adaptáveis à nossa realidade. Discorde-se depois ou não, discuta-se a aplicabilidade destas iniciativas/conceitos à Palhaça e o interesse ou não de propor a aplicabilidade, com ajustes concertados, às devidas instâncias.
Hoje, dou conta de um conceito em aplicação, o das ditas «slow cities» (cidades lentas), cidades em reconfiguração, ideia importada - lentamente e com alguma areia na engrenagem - de Itália para Portugal (para já, só 4 cidades do Algarve aderiram), tomando em conta o actual contexto de frenesim urbano - alastrado também a vilas - e de «falta de tempo» para o descanso, para uma alimentação mais saudável, para o lazer, para o prazer, para o exercício físico, para a criação, para o debate, para a família e amigos.
Segue-se a notícia sobre o assunto:
«Estilo de vida tranquilo e tornar as cidades mais atractivas é o mote deste projecto. Tavira, São Brás de Alportel, Silves e Lagos integram o movimento “Slow Cities”.
Bons hábitos como ter uma alimentação saudável, de preferência num restaurante tradicional, conversar e conviver com os amigos, praticar exercício físico, admirar e proteger o ambiente, bem como respeitar a cultura e os costumes, tudo isto faz parte de uma vida calma, com base em princípios de qualidade. Este é o pressuposto fundamental da filosofia das “Slow Cities”.
Para tal, é necessário adaptar à realidade portuguesa os cerca de 60 critérios instituídos pela organização para que uma cidade seja considerada uma “Slow City”. Para que seja atribuído o ícone do caracol – imagem de marca do movimento – é essencial o cumprimento de requisitos relacionados com a cultura, o ambiente, as infra-estruturas, a hospitalidade e a qualidade urbana. Tudo para que a vida de cada munícipe seja mais branda e aprazível.
"Cittaslow", Cidade Slow, surgiu em Itália, em 1999, através de Paolo Saturnini e tem como fundamento a preservação da tradição, tranquilidade e qualidade gastronómica nas pequenas cidades. É um conceito ligado ao "SlowFood", movimento mundial que defende o prazer de saborear pratos especiais das mais diversas culturas. Slow Food e Cittaslow nasceram para pôr fim à padronização de sabores promovida pela filosofia da massificação e da pressa, representada pelo "fast-food"» (Ler mais em: http://www.jornaldoalgarve.pt/artigos.aspx?id=9146)
Questões:
- Esta ideia é aplicável ou interessará aplicar na Palhaça? Se sim, de que forma?
- Será este conceito um retrocesso ou um progresso civilizacional ou a resposta a esta pergunta nunca poderá ser «preto ou branco»?
- Será a implantação das «cidades lentas» um atentado às liberdades individuais (no que toca ao estilo de vida)?
1 comentário:
Gostei do conceito. Na Palhaça temos índices de qualidade que outras aldeias não têm. Considero serem requisitos para uma boa base de qualidade de vida: a cultura – não se faz cultura na nossa terra. Não é preciso ter salas para se fazer cultura é preciso ideias, mas num raio de 15 minutos temos boas galerias, estaleiros e salas de espectáculo. Ílhavo e Aveiro são um bom exemplo; Ambiente – é de qualidade. Muitos espaços verdes, água de boa qualidade, recolha selectiva dos lixos, pouca indústria poluente, rede de saneamento. Infra-estruras: temos para viver. As escolas do 1º ciclo agora estão bem cuidadas, espaços desportivos de excelente qualidade, rede viária bem cuidada, a melhorar a iluminação, bons acessos às duas auto-estradas e à capital do distrito, duas creches boas, uma nova outra vem a caminho; Urbanismo – não temos atentados e não caminhamos para lá. Está na altura de apostar na mobilidade para a bicicleta e fazer planos de intervenção urbanística para o futuro.
Temos pontos forte a nosso favor para sermos uma Village Slow, mas para isso há que meter mãos à obra e traçar as linhas de futuro.
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