Finalmente, a «Carga de Trabalhos», principal e famigerado portal de ofertas de emprego/estágios na área da Comunicação (do Design ao Jornalismo, passando por Relações Públicas, Marketing, Publicidade, Multimedia, etc.), deixa de ser conivente com a falta de ética e com os crimes levados a cabo por algumas - não poucas - empresas que desrespeitavam a lei laboral, rejeitando qualquer publicação de anúncios de empregos ou estágios não remunerados ou de falsos «recibos verdes» ou falsos «estágios curriculares».
O crime, na área da Comunicação (que sucede noutros ramos de trabalho), que remete sobretudo jovens para situações de uma precaridade lastimável e de incógnita, não termina aqui, mas o «Carga de Trabalhos», que estava a perder credibilidade, tomou uma decisão importante, mesmo que notemos que quer passar a ideia de «virgem ofendida», quando andava na cama com anúncios humilhantes (cheguei a ler num «estágio não remunerado, com ajudas de custo e... bolos e café à vossa disposição»).
O trabalho escravo ou em condições indignas não devia ser coisa deste século, como o pintam, em nome de um vago «interesse nacional», determinados senhores demasiado bem instalados na vida para compreenderem certas situações, como o presidente da CIP, o senhor Van Zeller, ou o senhor Belmiro de Azevedo (que querem que o poder económico dirija e determine as opções do poder político). Não me parece que seja assim que a produtividade aumente ou que Portugal consiga ser mais competitivo, como exigem esses senhores.
A ambição de progresso económico é natural, mas se não for sustentada pela responsabilidade social, pela ética empresarial e pelo bem estar dos cidadãos-trabalhadores portugueses, de que serve? A quem serve?
Texto aqui.
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