terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Educação & Inclusão Social

Numa época em que a Educação passa pela agenda mediática e da cidania por razões várias - Estatuto da Carreira Docente, Estatuto do Aluno, elogios exteriores à política de reforma educativa portuguesa, casos de indisciplina de alunos e de agressão aos/dos professores, propostas de Educação Sexual nas escolas, as falhas e as virtudes da escola democrática, filmes como «A Turma», o «braço de ferro» entre o Ministério da Educação e uma massa considerável de professores independentes e sindicalizados, a propósito da avaliação -, há uma considerável consenso de que um dos principais problemas estruturais da sociedade portuguesa é, de facto, a Educação.


Porque considero que a escola pode ser um reflexo e uma espécie de reprodução do que é a sociedade «lá fora» - a família, os adultos, os líderes de opinião, as referências, etc. - ou antecipa e afecta o futuro dos educandos e cidadãos, e por conseguinte o destino de uma sociedade, sugiro a leitura de dois textos sobre como programas de inclusão social e de educação cívica e para uma sexualidade responsável, via escolar, poderão/poderiam evitar a marginalidade e vidas amargas de crianças, jovens e adultos mais vulneráveis (que estão mais perto de nós do que pensamos), ostracizados familiar e socialmente, muitas vezes insconsciente e irracionamente.

Boa notícia:

ME lança avaliação externa sobre a implementação do novo diploma da Educação Especial

in Portal do ME, 22 de Jan de 2009
O Ministério da Educação (ME) convidou uma equipa de especialistas na área da Educação Especial a concretizar um projecto de avaliação da implementação do Decreto-Lei n.º 3/2008, que define os apoios especializados a prestar nos diversos níveis de ensino para dar respostas adequadas aos alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente.



(...)

Os especialistas que integram o projecto assumem, como objectivo central da sua concretização, a obtenção dos seguintes resultados:
Influenciar o pensamento dos diferentes agentes educativos acerca da educação especial;
Melhorar o Manual de Apoio à Prática em Educação Especial;
Preparar instrumentos com base na CIF para a avaliação e intervenção;
Apresentar recomendações à tutela que permitam a tomada de decisões no domínio das políticas educativas.


(para ler notícia na íntegra, clique sobre o título da notícia)


Má notícia:


Homofobia em meio escolar é causa de abandono precoce e de tentativas suicidas
in Público, 27.01.2009 - 09h07 Andreia Sanches


Em dois anos, a Rede ex aequo - Associação de Jovens Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgéneros e Simpatizantes recebeu 92 denúncias de discriminação relacionadas com a orientação sexual e a identidade de género. Alunos do ensino secundário e superior são os autores da maioria dos relatos que dão conta de agressões verbais, físicas ou psicológicas. Alguns sentiram-nas na pele. Outros decidiram divulgar situações a que assistiram."Foram os PIORES anos da minha vida", escreve um dos queixosos sobre o tempo que passou na escola. Como outros, este jovem de 15 anos, que se identifica como transexual, acabou por mudar de estabelecimento de ensino por causa dos ataques de que era alvo. Seis acabaram mesmo por deixar de estudar. E oito confessam que tentaram o suicídio.

"Quando me intimidavam com discriminações verbais, sentia-me rebaixado. Talvez por me sentir tão inferior, pensei muitas vezes que o suicídio seria a melhor forma de acabar com a situação", relatou um rapaz de 18 anos, que se identifica como homossexual. Vive em Santarém. O Relatório sobre homofobia e transfobia do Observatório de Educação da ex aequo tem base em queixas que entre Outubro de 2006 e Outubro de 2008 lhe chegaram através de um formulário disponível on-line (www.rea.pt/observatorio.html).

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